Enquanto a população do Recife paga caro pela taxa de lixo seletivo (TRSD), a realidade do serviço prestado pela Prefeitura é desanimadora. Segundo o relatório final do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), em 2023 a gestão do prefeito João Campos arrecadou impressionantes R$ 71 milhões com a cobrança da taxa. Mas sabe quanto disso se converteu em reciclagem real? Apenas 1,3% do lixo foi reciclado. O restante – mais de 98% – teve como destino o aterro sanitário.
A denúncia foi reforçada pelos vereadores Felipe Alecrim e Eduardo Moura, que analisaram o relatório técnico e constataram um verdadeiro retrato do abandono na política de resíduos sólidos da capital. “É um escândalo. A população paga por um serviço que praticamente não existe”, criticou Alecrim.
Entre os principais problemas apontados estão:
- Cobrança abusiva da TRSD
- Subinvestimento crônico no setor
- Falta de adesão dos condomínios ao sistema seletivo
- Ausência de entidade reguladora efetiva
- Política de reciclagem que não cumpre nem o básico
Diante do cenário de omissão e descaso, os vereadores protocolaram um requerimento urgente junto à Emlurb e à Secretaria da Fazenda (SEFIN), cobrando explicações imediatas. Além disso, propuseram:
- A realização de uma audiência pública para debater o uso dos recursos arrecadados;
- Uma ação de fiscalização direta nos contratos e na operação da coleta seletiva;
- E, se necessário, a representação formal ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Para os parlamentares, a população está sendo lesada com uma taxa que não tem correspondência com os serviços prestados. “É dinheiro do povo sendo mal utilizado, sem retorno algum à cidade. Isso precisa mudar urgentemente”, disse Eduardo Moura.
A expectativa agora é de pressão popular e institucional para que a Prefeitura se explique – e tome providências.
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