Na manhã desta quinta-feira, 15 de maio de 2025, Pernambuco perdeu um de seus maiores tesouros culturais: o cantor, compositor e mestre griô Zeca do Rolete, aos 80 anos. Figura emblemática da cultura popular nordestina, Zeca deixa um legado inestimável de arte, memória e resistência.
🌱 Das ruas de Olinda ao coração do povo
Nascido José Galdino dos Santos, em Olinda, Zeca ganhou o apelido que o eternizou vendendo roletes de cana — fatias de cana-de-açúcar espetadas em palitos — nas portas das escolas. Desde cedo, esteve envolvido com as brincadeiras populares urbanas, aprendendo o coco com seu pai e avô. Na década de 1980, mobilizava crianças e jovens em torno de um pastoril, onde encenava a figura do “véio” .
🥁 Mestre do coco e griô da tradição oral
Zeca do Rolete dedicou mais de meio século ao coco de roda, uma das expressões mais autênticas da cultura nordestina. Mesmo com toda essa trajetória, só gravou seu primeiro CD em 2011 . Reconhecido como mestre griô pelo Ministério da Cultura, Zeca era referência viva da tradição oral e da música popular.
Além de cantar e compor cocos, Zeca também era conhecido por suas apresentações cheias de humor, piadas e coreografias engraçadas, lembrando um velho de pastoril profano .
🏡 Raízes no Janga e legado comunitário
Há mais de 40 anos, Zeca fixou residência na comunidade do Tururu, no bairro do Janga, em Paulista. Lá, organizava regularmente sambadas de coco, reunindo amigos, familiares e admiradores em torno da música e da cultura popular .
Em 2019, foi homenageado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura do município, em parceria com a Banda Sinfônica Aristides Borges, em sua própria residência .
🎬 Homenagens e reconhecimento
Em 2024, Zeca foi tema do filme “Estação Janga-Lua (O Segundo Mundo do Rádio)”, que estreou no 28º Cine PE. O longa, que mistura documentário e ficção, apresenta o mestre griô para além da carreira artística, explorando sua paixão pelo rádio e seu cotidiano .
Além disso, Zeca representou Paulista no Festival de Inverno de Garanhuns, levando o coco de roda para novos públicos .
🌟 Um legado eterno
Zeca do Rolete não foi apenas um artista; foi um guardião da memória cultural de Pernambuco. Sua voz, seu riso e seu coco continuarão ecoando nas rodas, nas festas e nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
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