Os partidos Progressistas (PP) e União Brasil deram, nesta quinta-feira (4), um passo decisivo para formar a maior força partidária do país. As siglas ingressaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de formalização da Federação União Progressista, que, se aprovada, reunirá 108 deputados federais — a maior bancada da Câmara — e 12 senadores, formando a terceira maior força no Senado.
A nova federação também reúne o maior número de prefeitos no Brasil (1.335) e sete governadores, além de concentrar o maior fundo eleitoral (R$ 953,8 milhões) e o maior fundo partidário (R$ 197,6 milhões).
Disputa interna acirrada em Pernambuco
Apesar da potência nacional, a União Progressista nasce com desafios expressivos nos estados, e Pernambuco é um dos epicentros dessa divergência. Os líderes Eduardo da Fonte (PP) e Miguel Coelho (União Brasil) estão empatados tecnicamente na disputa pela vaga ao Senado, segundo a maioria das pesquisas.
Pelo peso político nacional do PP, Eduardo da Fonte deverá comandar a federação. Porém, o entrave maior está nos palanques estaduais:
- O PP integra a base da governadora Raquel Lyra (PSD);
- O União Brasil mantém aliança com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que lidera todas as pesquisas para o governo.
Isso cria um cenário de palanques duplos, onde cada grupo defende um caminho distinto para 2026.
Decisão dependerá da executiva nacional
Caberá à direção nacional da federação decidir como unificar os palanques, considerando critérios como alianças estratégicas e pesquisas eleitorais. Hoje, Miguel Coelho aparece em posição mais confortável, já que o candidato apoiado por seu partido — João Campos — lidera com folga em todos os levantamentos.
Mas Eduardo da Fonte, reconhecido por sua habilidade política e por evitar “solo arenoso”, tornou-se peça-chave no processo e pode alterar o tabuleiro com articulações internas.
“Vamos formar um conselho político. A hora agora é de conciliação, de buscar a unidade”, afirmou Da Fonte na noite de ontem.
Próximos passos
Ainda não há encontro agendado entre Miguel Coelho e Eduardo da Fonte, mas a expectativa é de que as conversas avancem nos próximos dias. O TSE tem até seis meses antes das eleições para sacramentar oficialmente a federação.
Enquanto isso, Pernambuco segue como um dos estados onde a União Progressista terá seu maior teste de unidade — e onde a força nacional das siglas precisará se traduzir em consenso local.


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