A crise política envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganha contornos internacionais. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender publicamente o aliado brasileiro, chamando as investigações contra Bolsonaro de “caça às bruxas” e denunciando um suposto lawfare — termo usado para descrever o uso do sistema judicial como ferramenta de perseguição política.
Em sua rede social Truth Social, Trump escreveu:
“Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”
Essa foi a segunda manifestação de Trump em apenas dois dias em defesa de Bolsonaro. Em uma postagem anterior, o norte-americano já havia afirmado que o Brasil estava fazendo algo “terrível” ao ex-presidente, em referência às investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais Bolsonaro é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após ser derrotado nas eleições de 2022.
Eduardo Bolsonaro tenta articular sanções contra o STF
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, se licenciou do mandato para morar nos Estados Unidos e tentar articular, junto ao governo americano, sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações que investigam seu pai.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a prorrogação do inquérito por mais 60 dias para apurar a atuação de Eduardo diante do governo estrangeiro — o que levanta um debate sobre possível quebra de soberania nacional.
“Caça às bruxas!”, escreveu Eduardo Bolsonaro, reforçando a retórica do pai e de Trump nas redes.
Reações no Brasil e silêncio do STF
As falas de Trump e Eduardo Bolsonaro geraram forte reação nos bastidores do governo federal, que enxerga as manifestações como tentativa de interferência externa em assuntos internos — especialmente no funcionamento do Judiciário brasileiro.
Apesar da repercussão, o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou oficialmente. Fontes internas ouvidas pela Coluna do Estadão afirmaram que a Corte considera a declaração de Trump “irrelevante” para os rumos do julgamento.
Nos bastidores, ministros têm reiterado que o Brasil é soberano e que o processo contra Bolsonaro seguirá seu curso com base nas leis e na Constituição, independentemente de pressões internacionais.
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