O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a negar que será candidato à Presidência da República em 2026, mas sua postura tem dividido opiniões entre aliados e analistas políticos.
Dias antes, Tarcísio havia participado do ato bolsonarista de 7 de setembro, na Avenida Paulista, onde radicalizou o discurso contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, chegando a chamá-lo de “tirano”. O gesto foi interpretado por parte do mundo político como um aceno ao bolsonarismo radical e um avanço rumo à candidatura presidencial.
No entanto, nas semanas seguintes, o governador mudou de estratégia: preferiu se resguardar, evitou declarações públicas e passou a se concentrar em despachos no Palácio dos Bandeirantes e agendas no interior do estado.
Segundo aliados, há uma divisão em torno de seu futuro. Uma ala defende que Tarcísio deve buscar a reeleição em São Paulo, enquanto outra o considera o principal nome da direita para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
“Tarcísio é mesmo candidato à reeleição. A grande questão é que ele está num ponto que não é ele mais que decide. Se for convocado, não poderá negar a missão”, afirmou uma fonte próxima ao governador.
Outro interlocutor avalia que as negativas de Tarcísio fazem parte de uma estratégia para reduzir ataques antecipados de adversários, já que a eleição ainda está distante.
Esse recuo ocorre em meio ao avanço da pauta da anistia no Congresso Nacional, na qual Tarcísio teve papel de articulação em Brasília, e também após as repercussões da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado no STF.
Com o cenário em aberto, Tarcísio segue como figura central na disputa pelo comando da direita em 2026, ainda que tente adiar a definição de seu papel na eleição.
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