O clima voltou a pesar entre a categoria da Educação e a Prefeitura do Recife. Na manhã desta quarta-feira, o SIMPERE denunciou o que chamou de “calote” da gestão João Campos, após o não pagamento do abono complementar ao Piso Salarial — compromisso firmado durante a campanha salarial deste ano.
Segundo o sindicato, o prazo chegou, o calendário não veio e o silêncio da Prefeitura revoltou milhares de profissionais, que amanheceram sem qualquer previsão oficial sobre o pagamento. Para o SIMPERE, o episódio evidencia um padrão já vivido pelos professores em outros momentos da política recifense.
Logo cedo, a diretoria do sindicato esteve na sede da Prefeitura exigindo uma posição imediata. Até o fechamento desta matéria, nenhum representante do governo apresentou explicações claras, aumentando a insatisfação da categoria.
A coordenadora do SIMPERE, Jaqueline Dornelas, criticou duramente a postura da gestão:
“É inaceitável que, depois de tudo que enfrentamos este ano, a Prefeitura simplesmente silencie e deixe milhares de profissionais sem previsão de pagamento. Não existe valorização sem respeito, e hoje o que assistimos é mais uma tentativa de calote aos professores do Recife.”
O sindicato lembra que o abono não foi uma conquista espontânea, mas fruto de intensa mobilização da categoria, após a Prefeitura se recusar a aplicar reajuste integral na carreira. Agora, dizem os dirigentes, além de criar um mecanismo considerado controverso, o governo falha até mesmo em cumprir o que ele próprio propôs.
Histórico se repete
A insatisfação atual não ocorre isoladamente. Representantes do SIMPERE afirmam que episódios de descumprimento de acordos, atrasos e falta de diálogo já marcaram gestões anteriores do PSB na capital, apontando que a categoria “vive um ciclo de promessas não cumpridas” ao longo dos anos.
Para muitos professores, o cenário reforça uma sensação de déjà vu: a educação fica para trás enquanto ajustes políticos e estratégicos são priorizados dentro da estrutura municipal.
Categoria exige respostas
Com o fim do ano se aproximando, o clima de incerteza só aumenta. O SIMPERE cobra que a Prefeitura:
- apresente um calendário imediato de pagamento
- esclareça o motivo do não cumprimento do acordo
- garanta que não haverá novos atrasos ou manobras que prejudiquem a categoria
Até agora, porém, a gestão João Campos permanece em silêncio, ampliando a sensação de desrespeito entre profissionais que já enfrentam uma rotina de luta por valorização.


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