A gestão do prefeito Ramos vive talvez um dos seus episódios mais sombrios desde que assumiu o comando da cidade do Paulista. Na última segunda-feira (9), a secretária de Saúde Shisneyda Furtado foi exonerada de forma covarde e arbitrária, segundo fontes próximas ao governo, após uma série de perseguições internas articuladas diretamente pelo secretário de Governo, Fabiano, e pelo executivo de Governo, Agrailson.
A saída de Shisneyda não ocorreu por critérios técnicos ou administrativos — pelo contrário. A secretária vinha enfrentando pressões políticas para entregar a autonomia da pasta, especialmente no que diz respeito ao fundo próprio da Saúde, que o gabinete do prefeito tentava transferir para a Secretaria de Finanças, esvaziando seu poder e capacidade de gestão.
Sem ceder às pressões e se recusando a ser marionete dos bastidores políticos, Shisneyda passou a ser alvo de um verdadeiro processo de fritura política, conduzido nos bastidores por Fabiano e Agrailson, com o aval silencioso do próprio prefeito Ramos.
Na noite anterior à exoneração, os dois articuladores políticos se reuniram com Ramos, na casa do prefeito, e conseguiram convencê-lo a oficializar a exoneração, mesmo diante de apelos contrários de vereadores da base aliada e até da própria filha do prefeito, que ocupa a Secretaria de Políticas Sociais. Segundo relatos, ela tentou interceder para evitar o desgaste, mas foi ignorada.
Com essa decisão, Ramos não apenas exonerou uma gestora técnica, mas também comprou uma briga direta com um de seus principais aliados políticos: o ex-senador Armando Monteiro, a quem Shisneyda é ligada. A relação entre Ramos e Armando, até então sólida, agora está estremecida e pode provocar desdobramentos drásticos na estrutura de apoio político do governo municipal.
A exoneração de Shisneyda expõe um modelo de gestão autoritário, onde interesses pessoais e vaidades políticas se sobrepõem ao bem-estar da população, que mais uma vez sai perdendo com a instabilidade e as disputas internas. Fica o alerta: o que está em jogo não é apenas um cargo, mas o futuro da saúde pública de Paulista.
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