A prefeita de Camutanga, Talita Cardozo Fonseca, conhecida como Talita de Doda (PV), está sendo investigada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por suspeita de abrigar ao menos 16 parentes de vereadores no governo municipal, durante o período de 2020 a 2024. A ação civil pública tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e levanta sérias denúncias de nepotismo cruzado na administração da gestora, que foi reeleita e nega as acusações.
Segundo o MPPE, há indícios de que os servidores foram nomeados para cargos comissionados ou contratados sem seleção pública, ferindo os princípios da moralidade e impessoalidade administrativa. Em agosto de 2024, a 1ª Vara da Comarca de Timbaúba acatou pedido da promotoria e determinou, em caráter liminar, a exoneração de todos os servidores apontados como envolvidos na prática de nepotismo cruzado. A decisão, no entanto, foi revertida por instância superior em março de 2025.
De acordo com o juiz Danilo Felix Azevedo, que deferiu a liminar inicial, “a nomeação de 16 parentes de vereadores para cargos em comissão e/ou contratados temporariamente sem concurso ou seleção pública constitui ofensa aos princípios norteadores da administração pública e indica a prática de nepotismo”.
O levantamento do MPPE aponta que:
- 4 parentes são ligados ao vereador Jessé de Pontes (PV),
- 7 ao vereador José Fernando Nascimento (PV),
- 2 a Antônio da Venda (PV),
- 1 cunhada de Karlos Marone (PV),
- 1 filha da vereadora Lúcia Aparecida (PV),
- além de um sobrinho da secretária de Saúde.
Todos os vereadores citados foram reeleitos no ano passado.
O caso gira em torno do chamado nepotismo cruzado, quando agentes públicos nomeiam parentes de outros agentes, geralmente em troca de favores, o que burla as regras legais que impedem contratações diretas de familiares.
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