As investigações da Polícia Federal avançaram e trouxeram novos elementos que colocam Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, no centro das apurações sobre a tentativa de golpe de Estado e articulações internacionais contra o Brasil.
Transferências suspeitas
Segundo relatório da PF, Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro um dia antes de depor em inquérito sobre as movimentações de Eduardo nos Estados Unidos. O ex-presidente já havia confirmado outra transferência de igual valor para bancar despesas do filho no exterior, mas omitiu a operação em favor da esposa.
O documento destaca que não houve justificativa para a movimentação e que a omissão pode configurar tentativa de ocultação patrimonial.
Eduardo Bolsonaro e as articulações nos EUA
Outro ponto revelado pela investigação foi o conteúdo de mensagens trocadas entre Jair e Eduardo Bolsonaro. Em diálogo transcrito pela PF, Eduardo admite que suas ações nos EUA tinham como objetivo principal garantir impunidade para o pai nos processos em andamento no Brasil, e não apenas defender anistia para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Segundo o relatório, Eduardo teria dito que a prioridade era “obter uma condição de impunidade de Jair Bolsonaro na ação penal por tentativa de golpe de Estado”.
Declarações sobre apoio externo
As mensagens também mostram a frustração de Eduardo quanto ao apoio dos EUA. Ele afirmou que, caso não houvesse avanço na chamada “anistia light”, a última ajuda internacional teria sido apenas o apoio público do ex-presidente Donald Trump.
Eduardo alertou ainda que, sem respaldo norte-americano, Jair Bolsonaro poderia acabar condenado até agosto, ressaltando que a estratégia deveria ser “brecar o STF e resgatar a democracia” ou, em alternativa, buscar medidas para suavizar as penas dos envolvidos.
Impactos políticos
As revelações reforçam o cerco jurídico contra a família Bolsonaro. As investigações apontam para um esquema de movimentações financeiras suspeitas, uso de influência política internacional e tentativas de desviar o foco da responsabilização pelos atos antidemocráticos de 2023.
O inquérito segue em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e pode trazer novas consequências tanto no campo jurídico quanto no cenário político brasileiro.
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