O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (22) que o Brasil possui um “histórico de golpismo” e destacou que a democracia do país só se mantém firme graças à independência do Judiciário. As declarações foram dadas durante um evento com empresários no Rio de Janeiro.
Moraes ressaltou que a “impunidade, a omissão e a covardia” nunca deram certo em nenhum país do mundo e reforçou que o Judiciário não se intimida diante de pressões externas ou internas.
“O Judiciário é independente e corajoso. Juiz que não resiste à pressão deve mudar de profissão. O Judiciário cresce na pressão”, afirmou.
O ministro é relator de diversas investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a ação penal do núcleo 1 da chamada trama golpista, que começará a ser julgada pelo STF em 2 de setembro.
Durante sua palestra, Moraes fez um resgate histórico da redemocratização do Brasil desde a Constituição de 1988 e alertou que estabilidade democrática não significa tranquilidade, mas a existência de mecanismos constitucionais para garantir a normalidade institucional.
“Apesar de todos os ataques, nós mantivemos o Poder Judiciário independente no Brasil. Um Judiciário vassalo, covarde, que busca acordos para que o país momentaneamente deixe de estar conturbado, não é independente”, disse.
Além de enfrentar críticas de aliados de Bolsonaro, Moraes também passou a ser alvo de pressões internacionais. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs sanções pessoais a ministros do STF e tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.
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