quarta-feira , 10 dezembro 2025
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Ministras defendem penas mais duras para feminicídio em ato nacional

Seis ministras do Governo Federal, além do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, participaram neste domingo (7), em Brasília, do ato Levante Mulheres Vivas, mobilização realizada por movimentos sociais após a recente onda de feminicídios que chocou o país. A manifestação também ocorreu simultaneamente em outras capitais.

Sob chuva intensa, o evento contou com a presença da primeira-dama Janja Lula da Silva. Durante o ato, a ministra da Mulher, Márcia Lopes, afirmou que as mulheres precisam ocupar metade dos cargos políticos no Brasil e reforçou que o voto deve ser usado como ferramenta de enfrentamento à violência de gênero. Ela declarou que as mulheres não devem votar em candidatos que agridam ou ofendam mulheres.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que o combate à violência contra as mulheres é uma luta civilizatória e destacou que a participação dos homens é fundamental para superar esse problema histórico e cultural de subordinação feminina.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relembrou o assassinato da irmã, a vereadora Marielle Franco, e também o da líder quilombola Mãe Bernadete, afirmando que o recado deixado por esses crimes não intimidará as mulheres que continuam ocupando espaços de poder.

Mesmo em recuperação de uma cirurgia, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve presente no ato, em cadeira de rodas. Ela destacou que a violência contra mulheres indígenas continua invisibilizada e muitas vezes nem chega às estatísticas oficiais. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que a luta das mulheres por direitos é histórica e envolve desde igualdade salarial até condições adequadas para que mulheres cientistas avancem em suas carreiras.

Em seu discurso, a primeira-dama Janja Lula da Silva defendeu penas mais duras para feminicidas, afirmando que não é aceitável que homens que cometem esse tipo de crime voltem às ruas rapidamente e possam fazer novas vítimas. A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, também acompanhou a mobilização.

A convocação do ato ocorreu após crimes que ganharam repercussão nacional. No fim de novembro, Tainara Souza Santos foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, tendo as pernas mutiladas. No Rio de Janeiro, duas servidoras do Cefet-RJ foram assassinadas por um funcionário da instituição, que em seguida tirou a própria vida. Em Brasília, o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi encontrado na última sexta-feira (5). O soldado Kelvin Barros da Silva confessou o crime, investigado como feminicídio.

Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras sofreram violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 2024, o Brasil registrou 1.459 feminicídios, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia. Em 2025, mais de 1.180 casos já foram contabilizados.

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