Documentos médicos revelados nesta semana confirmam que o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro (PL), recebeu diagnóstico de Alzheimer. Condenado a 21 anos de prisão por envolvimento na trama golpista investigada pelo STF, Heleno agora tem seu estado de saúde colocado no centro da estratégia jurídica de sua defesa.
A informação foi divulgada pelo Correio Braziliense, que teve acesso a laudos e relatórios médicos indicando que os sintomas da doença já estavam presentes há pelo menos um ano, período anterior ao início do processo judicial. Os documentos incluem testes cognitivos, exames específicos e uma descrição detalhada do quadro clínico atual, demonstrando avanços característicos do Alzheimer.
Segundo a reportagem, o material deve servir de base para o pedido de progressão de pena para o regime domiciliar, uma vez que a doença neurodegenerativa compromete gradualmente memória, orientação e capacidades cognitivas — aspectos considerados pelo sistema penal ao avaliar condições de cumprimento de pena.
A defesa deve protocolar nas próximas semanas um pedido oficial ao STF, alegando que o general apresenta deterioração clínica progressiva incompatível com a permanência em um presídio convencional.
O caso reacende o debate sobre saúde, idade avançada e direitos de presos com doenças graves, tema que costuma gerar repercussões políticas quando envolve nomes de alta projeção pública, como o de Augusto Heleno, um dos principais pilares do núcleo duro do bolsonarismo.


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