Enquanto bairros inteiros do Recife enfrentam buracos nas ruas, lixo acumulado e falta de manutenção básica, a gestão João Campos (PSB) parece ter outras prioridades. A Prefeitura desembolsou R$ 2.425.600,23 para a empresa AC Demolidora realizar a demolição de apenas 85 casas, além da remoção e limpeza de cinco quarteirões na Avenida Vinte de Janeiro, onde serão construídos dois conjuntos habitacionais com 528 unidades pelo programa Minha Casa, Minha Vida – Faixa 1.
O valor milionário chama atenção diante da velocidade com que a obra foi licitada e executada. As demolições tiveram prazo de apenas quatro meses e 15 dias e estão sendo concluídas nesta semana. A pressa contrasta com a lentidão para resolver problemas crônicos da cidade, como drenagem, saneamento e habitação para famílias que ainda vivem em áreas de risco.
Os terrenos vão abrigar os conjuntos Vila Aeronáutica I e II, totalizando 528 apartamentos financiados pela Caixa Econômica Federal, na modalidade FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), voltada para famílias de baixa renda. No papel, tudo parece positivo, mas a execução segue a cartilha de grandes contratos, altos valores e pouca transparência no processo.
O modelo FAR prevê imóveis de até R$ 164 mil, entregues gratuitamente às famílias selecionadas. O conjunto Vila Aeronáutica I, com 288 unidades, ficará sob responsabilidade da Construtora Baptista Leal, enquanto o Vila Aeronáutica II, com 240 unidades, será construído pela Construtora Nord — empresas escolhidas a partir de propostas aprovadas pelo Ministério das Cidades.
O discurso da gestão municipal é de investimento social, mas o histórico recente do PSB em Pernambuco deixa dúvidas: obras caras, prazos acelerados para algumas empresas e pouca clareza sobre critérios de escolha. Enquanto isso, milhares de recifenses seguem à espera de melhorias básicas que não entram na agenda de João Campos.
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