O prefeito do Recife, João Campos (PSB), tem tomado decisões que destoam cada vez mais da ideologia que seu partido historicamente defendeu. A mais recente ação da gestão municipal, que resultou na demolição de casas de famílias carentes no bairro de Dois Unidos, gerou forte repercussão negativa — não apenas entre os moradores afetados, mas também entre aliados tradicionais da esquerda pernambucana.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram famílias inteiras, incluindo crianças e idosos, completamente desamparadas, sem um teto para dormir. A ação da Prefeitura foi vista como fria, desumana e incompatível com a tradição política de acolhimento social que marcou a trajetória de Miguel Arraes, avô de João Campos e símbolo da luta popular no estado.
A repercussão do episódio foi tão negativa que setores do próprio PSB e do PT começaram a se manifestar com desconforto em relação à postura do jovem prefeito. Nos bastidores, lideranças políticas da esquerda avaliam que João Campos está cada vez mais distante das pautas sociais que ajudaram a construir sua base eleitoral.
“É inadmissível ver uma gestão que se diz progressista agir com tamanho desprezo pela vida humana. João está rasgando o legado de Arraes e de tantos outros que lutaram pelo povo pobre de Pernambuco”, comentou uma liderança petista da capital, sob reserva.
Com essa ação, João Campos perde pontos importantes com a militância de esquerda e passa a ser observado com mais desconfiança por movimentos sociais, sindicatos e lideranças comunitárias. A dúvida agora é se o prefeito manterá esse posicionamento insensível ou tentará reparar os danos provocados por uma decisão que, aos olhos de muitos, foi política e moralmente indefensável.
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