As investigações da Operação Spare revelaram movimentações financeiras suspeitas que ultrapassaram R$ 4,5 bilhões, com recolhimento de tributos de apenas 0,1% desse montante. A discrepância chamou a atenção da Receita Federal e levou ao cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão. A ação resultou na apreensão de quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma de fogo, segundo informou o coronel Valmor Racorti, comandante do Policiamento de Choque.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, destacou que as facções criminosas, antes concentradas no tráfico de entorpecentes, têm buscado atuar em outras frentes, como na economia formal e até no ambiente político. O promotor de Justiça do Gaeco, Silvio Loubeh, explicou que as investigações partiram de suspeitas relacionadas a casas de jogos na Baixada Santista e uso irregular de máquinas de crédito e débito.
No mesmo dia da operação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a criação de uma delegacia especializada em combater crimes contra o sistema financeiro. A nova estrutura será um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que apura lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis, fintechs e jogos de azar.
“Essa delegacia vai combater de forma estruturada o crime organizado, bem como a intersecção entre o crime organizado e a economia real”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, a proposta será enviada nas próximas semanas ao Ministério de Gestão e Inovação (MGI), para que a nova unidade passe a integrar o organograma da Receita Federal. Ele lembrou ainda que esta foi a quarta grande operação do tipo realizada em 2025, com apoio de ministérios públicos federal e estaduais, além das polícias militares.
A operação desta quinta-feira (25) reforça a preocupação das autoridades com a infiltração de organizações criminosas no sistema econômico e político, buscando novas formas de lucro e de lavagem de dinheiro.
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