O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado na manhã desta segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul paulista. Fontes foi baleado em uma emboscada enquanto deixava a sede da Prefeitura do município, onde atuava como secretário de Administração Pública.
Dinâmica do crime
Segundo informações, o ex-delegado foi seguido por criminosos em uma caminhonete Hilux. Imagens de câmeras de segurança mostram Fontes em alta velocidade, possivelmente tentando escapar, até colidir com um ônibus em um cruzamento. O carro capotou, momento em que os bandidos desceram fortemente armados, disparando contra o delegado, que reagiu ao ataque.
De acordo com o secretário-adjunto da Segurança Pública de São Paulo, Oswaldo Nico Gonçalves, Fontes ainda conseguiu balear um dos criminosos. Equipes policiais foram enviadas para reforçar a segurança na Baixada Santista.
Histórico e ameaças anteriores
Fontes, conhecido como Ruy, já havia escapado de uma tentativa de assassinato em 2010, quando atuava no 69º Distrito Policial, na Cohab Teotônio Vilela. Na época, um plano do PCC (Primeiro Comando da Capital) para executá-lo foi descoberto.
Sua carreira ficou marcada pelo enfrentamento à facção criminosa. Em 2006, Fontes foi responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, incluindo o líder Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Entre 2019 e 2022, ocupou o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo.
Suspeitas sobre o crime
As investigações iniciais apontam que a ação pode ter sido coordenada pela Sintonia Restrita, grupo de pistoleiros do PCC responsável por planejamentos anteriores de atentados e sequestros, incluindo o do ex-juiz Sérgio Moro e do promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).
Atuação recente
Apesar do histórico ligado à segurança pública, Fontes estava afastado dessa área. Como secretário em Praia Grande, exercia funções administrativas. Segundo o procurador de Justiça Márcio Christino, com quem falou por telefone minutos antes do crime, ele não desenvolvia nenhuma atividade relacionada à segurança.
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes reacende o alerta sobre a atuação de facções criminosas no estado de São Paulo e a vulnerabilidade de autoridades que, mesmo afastadas do combate direto ao crime organizado, permanecem como alvos de represálias.
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