O vereador do Recife, Eduardo Moura (NOVO), realizou nessa terça-feira (16) a quarta fiscalização noturna do mandato. O parlamentar já tinha fiscalizado a orla de boa viagem e o centro do Recife em outras três oportunidades. Mais uma vez, o alvo escolhido foi o centro, especificamente sua principal avenida: a Conde da Boa Vista. Ao dar início à transmissão pelo Instagram, Moura achou estranha uma conversa entre um motociclista e um garoto, em plena ponte Duarte Coelho. Ao se aproximar, o flagrante: um menor de 15 anos estava prestes a se jogar no rio Capibaribe com uma pedra amarrada às pernas.
A cena mudou completamente o roteiro da live. Por coincidência, o motociclista tem um filho com a mãe do garoto. A mulher morreu assassinada há cerca de 5 anos por traficantes. Na conversa, Moura elogiou a postura do motociclista que evitou o pior. “Deus te abençoe, irmão. Você salvou a vida dele. Com certeza foi Deus”, disse. O garoto, que confessou ser usuário de entorpecente, explicou ao vereador que mora na rua desde que a mãe morreu. “Eu ia me jogar no rio porque eu queria ter um natal feliz com minha família. Meus avós não quiseram ficar comigo. Já fiz muita besteira e por isso eles não me aceitam. Nunca ninguém se arriscou por mim. Eu só queria uma casa pra eu ficar”, lamentou.
Ao perguntar se o adolescente queria voltar pra casa da avó e ouvir um “sim”, Eduardo Moura pediu que um dos assessores acompanhasse o garoto até lá. Após visitar a família, no Cordeiro, o jovem pediu ajuda à equipe do parlamentar e foi levado ao Hospital Ulysses Pernambucano por se tratar de emergência de saúde mental. Na unidade, Moura ficou estarrecido com a estrutura precária que se deparou. “Parecia uma cena de filme de terror. Tudo sujo e quebrado. A energia do local é muito pesada. Só senti algo tão impactante quando era repórter e fui cobrir o caso dos canibais de Garanhuns”.
Na manhã desta quarta-feira (17), o menor foi encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), Professor Luís Cerqueira, em Santo Amaro. “O que a gente viveu ontem foi um flagrante doloroso da realidade, da falta de acolhimento a pessoas com problemas psicológicos e vícios no Recife. Não há uma unidade de saúde especializada em acolher de forma minimamente humana essas pessoas”, concluiu Moura.


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