A deputada estadual Dani Portela (PSOL) aguarda a abertura da janela partidária, em março de 2026, para oficializar sua filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT). No entanto, o clima de tensão com sua atual legenda e o racha escancarado entre a parlamentar e a direção estadual do PSOL podem antecipar disputas jurídicas. Aliados de Portela temem que a associação cada vez mais próxima com petistas seja utilizada pelo partido como argumento para pedir seu mandato, sob a acusação de infidelidade partidária.
O gesto mais evidente dessa aproximação ocorreu na última quinta-feira (14), quando Dani, vestindo vermelho, esteve ao lado dos deputados petistas Doriel Barros e Rosa Amorim em compromissos com o presidente Lula (PT) em Pernambuco. O encontro ocorreu um dia após a divulgação de uma nota oficial do PSOL que escancarou o racha interno e criticou sua atuação.
A deputada evita declarações diretas sobre a troca de partido para não alimentar juridicamente a tese de infidelidade, já que sua suplente na Assembleia Legislativa, a vereadora recifense Jô Cavalcanti, é da corrente majoritária do PSOL. Dani já foi deputada estadual pelo mandato coletivo Juntas e é pré-candidata ao Senado em 2026, integrando a corrente Revolução Solidária.
A crise ganhou força após a nota emitida pela direção estadual do PSOL, comandada por Samuel Herculano, acusando Dani de não participar da vida interna do partido, de construir alianças com deputados do PL na Alepe e de exonerar integrantes de sua equipe que se recusaram a apoiá-la na troca de legenda. A corrente Subverta, liderada pelo pré-candidato ao governo Ivan Moraes, também endossou o documento.
Com o cenário cada vez mais acirrado, a disputa entre Dani Portela e o PSOL tende a marcar um dos capítulos mais tensos da política pernambucana nos próximos meses, podendo até ir parar na Justiça Eleitoral.
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