O avanço do mar e a erosão costeira têm colocado em risco residências, comércios e a vida de milhares de famílias no Grande Recife. Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) alertam que a situação pode se agravar nos próximos anos caso medidas urgentes não sejam adotadas.
Em Olinda, praias como as do Carmo e dos Milagres sofrem com a perda de faixa de areia desde o início do século 20. Apesar das obras de contenção em alguns trechos, a erosão acabou se transferindo para áreas vizinhas. O aposentado William Pinheiro, de 85 anos, morador do bairro Novo, relata sua preocupação:
“Quando cheguei aqui, há 26 anos, o mar estava bem distante. Hoje, quando a maré sobe, a água já bate na minha varanda”, contou.
Um estudo publicado na revista Quaternary and Environmental Geosciences revelou que a linha da costa do litoral metropolitano não se comporta de forma homogênea: enquanto alguns pontos apresentam intensa erosão, outros seguem estáveis ou até em crescimento.
O município de Paulista foi apontado como o mais afetado. Nas praias de Pau Amarelo, Janga e Enseadinha, a retração da faixa de areia já chega a 1,05 metro por ano em determinados trechos. Moradores locais relatam dificuldades causadas pela mudança do cenário.
“Quando a maré está alta, o mar avança, cavando a areia e causando erosão. Seria preciso uma intervenção, como um aterro, para reverter esse processo”, destacou Josafá Santana, vendedor que trabalha há mais de 20 anos na Praia do Janga.
O fenômeno vem se intensificando e já preocupa especialistas, gestores públicos e comunidades, que veem a necessidade de ações conjuntas para conter os impactos e preservar a vida no litoral pernambucano.
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