O cenário político de Pernambuco começa a se redesenhar com antecedência para as eleições estaduais, e avaliações estratégicas já ocorrem nos bastidores. Segundo análises de cientistas políticos, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), pode reconsiderar uma eventual candidatura ao Governo do Estado diante de fatores que têm alterado a correlação de forças no tabuleiro político.
Um dos principais pontos observados é o crescimento consistente da governadora Raquel Lyra (PSD). Levantamentos recentes de opinião indicam avanço da gestora nas pesquisas e aumento da aceitação popular, impulsionados por uma agenda de entregas, presença no interior e fortalecimento da estrutura administrativa do governo estadual. Com a chamada “máquina pública” operando a seu favor, analistas avaliam que Raquel pode chegar ao período eleitoral em posição suficientemente confortável para impor uma derrota ainda no primeiro turno a adversários competitivos.
Nesse contexto, cientistas políticos que acompanham de perto o grupo do prefeito do Recife avaliam que uma candidatura de João Campos ao Palácio do Campo das Princesas representaria um risco elevado. Apesar de seu capital político, da boa avaliação à frente da Prefeitura do Recife e do simbolismo de sua juventude, uma derrota em nível estadual poderia gerar desgaste desnecessário e comprometer o projeto político de longo prazo do socialista.
A leitura predominante entre estrategistas é que João Campos ainda possui tempo a seu favor. Um eventual recuo agora, mantendo o foco na gestão municipal e na consolidação de sua imagem administrativa, poderia preservar seu futuro político e deixá-lo melhor posicionado para disputas posteriores, em um cenário mais favorável.
Embora não haja qualquer posicionamento oficial do prefeito sobre o tema, o debate evidencia que o crescimento de Raquel Lyra altera significativamente os planos da oposição e impõe cautela às decisões estratégicas. O xadrez político pernambucano segue em movimento, com cálculos cada vez mais técnicos e menos emocionais, onde timing e leitura de cenário podem ser determinantes para o sucesso ou fracasso de projetos eleitorais.


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