Movimentações recentes nos bastidores da política pernambucana indicam uma tentativa do grupo ligado ao União Brasil, liderado pelo ex-prefeito Miguel Coelho e pelo presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, de assumir o protagonismo político no estado. A articulação ocorre mesmo com Eduardo da Fonte exercendo a presidência da federação União Progressistas em Pernambuco, cargo que lhe confere o controle formal e político da estrutura partidária no estado.
Nos últimos dias, integrantes do União Brasil passaram a tensionar a relação interna da federação, abrindo uma disputa direta com Eduardo da Fonte. O pano de fundo da movimentação envolve o cenário eleitoral de 2026, especialmente a composição da chapa majoritária em Pernambuco.
Eduardo da Fonte tem demonstrado interesse em disputar uma vaga ao Senado pela federação, ainda que não exista, até o momento, um comunicado oficial formalizando a pré-candidatura. Nos bastidores, porém, o movimento é interpretado como natural, diante de sua posição de comando e do capital político acumulado ao longo dos últimos anos.
Em sentido oposto, Miguel Coelho e o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, atuam para viabilizar o nome de Miguel como candidato, buscando projetá-lo como principal liderança da federação no estado. A estratégia também passa por sinalizações de aproximação com o grupo político do prefeito do Recife, João Campos (PSB), com a intenção de levar a federação para a base do socialista.
Esse movimento, no entanto, produziu um efeito contrário ao esperado. Diante da tentativa de deslocamento do eixo de comando da federação, Eduardo da Fonte reagiu politicamente, reforçando sua liderança e aprofundando o alinhamento com a governadora Raquel Lyra (PSD).
A postura consolidou a leitura de que, em Pernambuco, quem define os rumos da federação União Progressistas é Eduardo da Fonte, tanto do ponto de vista institucional quanto político. O episódio também acabou fortalecendo a governadora Raquel Lyra, que passou a contar com um aliado ainda mais ativo e estratégico na articulação estadual.
Com o acirramento da disputa interna, o cenário aponta para um redesenho das forças políticas visando 2026, deixando claro que Eduardo da Fonte segue como um dos principais operadores e lideranças políticas de Pernambuco, com influência direta nas decisões da federação e no tabuleiro eleitoral do estado.


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