Autodenominado “comunista” e “radical de esquerda”, Ismael integra o Conselho de Participação Social da Presidência da República — um órgão criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reunir representantes da sociedade civil e de movimentos sociais em um canal direto de interlocução com o Palácio do Planalto.
Quando o colegiado foi instituído, Lula afirmou publicamente que se tratava de “uma obra e uma ideia” da primeira-dama, Janja da Silva, reforçando o protagonismo crescente dela na construção de pontes políticas e sociais no atual governo.
A atuação de Janja vai além da articulação institucional. Em portaria da Secretaria-Geral da Presidência publicada no Diário Oficial da União em 17 de julho deste ano, Ismael aparece oficialmente como representante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito — movimento religioso que se aproximou da primeira-dama durante o mês de julho.
Desde então, Ismael já articulou pelo menos seis encontros entre Janja e mulheres do segmento evangélico, num gesto que evidencia a tentativa do governo de ampliar diálogo e influência em setores historicamente distanciados do campo progressista.
A aproximação reforça uma estratégia política do governo: criar pontes com movimentos religiosos, reduzir tensões ideológicas e fortalecer a imagem de Janja como figura central na articulação social do Planalto — especialmente entre grupos que podem desempenhar papel decisivo nas disputas eleitorais e na governabilidade.


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