A vice-prefeita de Marituba, município localizado na Região Metropolitana de Belém (PA), Bárbara Marques (MDB), foi presa pela Polícia Federal nesta quinta-feira (9), durante a segunda fase da Operação Expertise, que apura um esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo recursos públicos estimados em R$ 200 milhões.
De acordo com a PF, a operação tem como objetivo aprofundar as investigações sobre irregularidades em contratos públicos firmados por órgãos estaduais e municipais do Pará, especialmente nas áreas de saúde e educação. A ação contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram executados três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, além de bloqueio de bens, afastamento de funções públicas e quebra de sigilos bancário e fiscal. Imagens da prisão da vice-prefeita circularam nas redes sociais.
Segundo as investigações, o grupo envolvido direcionava licitações e realizava adesões irregulares a atas de registro de preços, simulando a execução de contratos públicos. A PF constatou que, após o repasse dos recursos, eram feitos saques em espécie, inclusive de valores destinados a políticas de saúde e educação. Em uma das diligências, os agentes flagraram a entrega de dinheiro vivo a um servidor público, reforçando as evidências de corrupção.
Exoneração imediata
Horas após a prisão, Bárbara Marques foi exonerada do cargo de secretária municipal de Educação de Marituba. O Decreto 668/2025, assinado pela prefeita Patrícia Ronielly Ramos Alencar e publicado no mesmo dia, determinou a exoneração com base no artigo 39 da Lei Municipal 036/98, que rege o regime jurídico dos servidores públicos do município. O ato foi registrado pela Secretaria Municipal de Administração, sob assinatura do secretário Mikhail Guimarães Perouansky.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Marituba, mas até o momento da publicação não obteve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Primeira fase da operação
A primeira fase da Operação Expertise foi deflagrada em 2 de setembro de 2025, quando a Polícia Federal revelou um grande esquema de desvio de recursos públicos da saúde e da educação. Na ocasião, a investigação apontou que até R$ 198 milhões teriam sido desviados de verbas do Fundeb e do Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de licitações fraudulentas e contratos simulados.
Entre os alvos estavam servidores do Governo do Pará, da Assembleia Legislativa (Alepa), da Prefeitura de Marituba, além de empresários e empresas de fachada. A operação contou com a participação de 65 policiais federais e seis auditores da CGU, e resultou em cinco prisões preventivas, além do bloqueio de R$ 198 milhões em ativos.
Durante as diligências, a PF apreendeu R$ 881 mil em moedas nacionais e estrangeiras, 31 veículos, 88 joias e sete relógios Rolex. A Justiça também determinou a suspensão de contratos públicos firmados com as empresas investigadas.
Com o avanço da nova fase da operação, a Polícia Federal busca identificar o destino dos valores desviados e o envolvimento de agentes públicos que podem ter se beneficiado do esquema.
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