A recente aproximação da prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), com o presidente Lula (PT) vem causando forte desgaste político no município. O gesto, que parecia ser apenas uma tentativa de alinhamento institucional, acabou desagradando dois importantes segmentos da base que garantiram sua vitória em 2024.
De um lado, os evangélicos bolsonaristas e setores da direita, que foram decisivos para sua eleição, estão em polvorosa. Em tempos de acirramento da polarização entre Lula e Bolsonaro, a imagem de Mirella ao lado do presidente petista foi vista como uma afronta. Para esse grupo, a prefeita “traiu” a confiança dos eleitores conservadores, o que pode representar uma perda irreparável de apoio popular.
Do outro lado, a ala de esquerda do município, longe de comemorar, classificou a movimentação como hipocrisia e oportunismo. Militantes relembram que, durante sua trajetória, Mirella fez duras críticas ao grupo do PT em Olinda e hoje tenta se beneficiar politicamente da proximidade com o presidente.
O resultado desse impasse é um cenário de desgaste que pode extrapolar a atual gestão. Analistas locais já apontam que essa crise pode respingar diretamente no projeto do ex-prefeito Professor Lupércio, aliado de Mirella, que sonha em disputar uma vaga de deputado federal em 2026. Se a prefeita perder apoio nos dois polos, Lupércio pode ver seu capital político derreter antes mesmo de colocar a campanha nas ruas.
No tabuleiro político olindense, a jogada de Mirella Almeida pode acabar custando caro: descontenta aliados históricos, gera desconfiança na oposição e abre espaço para novos nomes explorarem o sentimento de insatisfação da população.
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