Os casos de feminicídio em Pernambuco continuam a preocupar autoridades e a sociedade civil. Dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) mostram que, entre janeiro e agosto de 2025, foram registrados 60 feminicídios no estado — o que equivale a um caso a cada quatro dias.
O número representa um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 50 casos. Apesar disso, na Região Metropolitana do Recife (RMR) houve uma redução: foram 13 casos em 2025 contra 15 no ano anterior, uma queda de 13,4%.
Histórico recente
Nos últimos quatro anos, Pernambuco apresentou uma média de quase 80 feminicídios por ano, sendo que 75 ocorreram no Grande Recife, segundo a SDS-PE. Em 2021, o estado registrou o maior número de casos (87), seguido de 2023 (83), 2024 (76) e 2022 (72).
Especificamente na RMR, o ano mais crítico foi 2024, com 25 feminicídios, um aumento de 56% em relação a 2023.
Especialistas alertam para cenário preocupante
A diretora-executiva do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi, destacou a gravidade dos números.
“Estamos diante de uma epidemia de feminicídios tanto em Pernambuco quanto no Brasil, que ocupa a quinta posição mundial em assassinatos de mulheres. Nosso estado, infelizmente, lidera o ranking no Nordeste”, afirmou.
O Instituto atua com ações de conscientização e prevenção, como a instalação de bancos vermelhos em espaços públicos, que simbolizam o alerta contra a violência de gênero e reforçam a meta de “feminicídio zero”.
Punições mais severas
O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada em razão do gênero. A pena prevista atualmente varia de 20 a 40 anos de prisão, conforme a Lei nº 14.994/2024, que ampliou o tempo de reclusão — antes de 12 a 30 anos — e tornou o feminicídio um crime autônomo, com punição mais rigorosa no ordenamento jurídico brasileiro.
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