O ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados foram condenados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. A decisão judicial também alcança outros nomes apontados como parte central da articulação golpista após as eleições de 2022.
Segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a defesa de Bolsonaro pretende solicitar à Justiça o direito de cumprir a pena em regime de prisão domiciliar. O pedido deve se basear nas sequelas e riscos à saúde decorrentes do atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.
Apoio à prisão cresce após julgamento
Uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostrou que a repercussão do julgamento impactou a opinião pública. De acordo com o instituto, 50% dos brasileiros se disseram favoráveis à prisão de Bolsonaro, enquanto 43% se posicionaram contra a medida.
O levantamento ouviu 2.005 eleitores em 113 cidades entre segunda e terça-feira, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Oscilações na percepção popular
Em abril, quando a série de sondagens começou, 52% dos entrevistados defendiam a prisão do ex-presidente, contra 42%. Em julho, houve um empate técnico, com 48% a favor e 46% contra. Agora, o índice voltou a crescer em favor da medida.
A pesquisa também revelou diferenças regionais e sociais: no Nordeste, 62% dos entrevistados apoiam a prisão de Bolsonaro; entre os jovens de 16 a 24 anos, o índice é de 56%. Entre católicos, a aprovação à detenção também superou a média nacional.
Clima político
O resultado mostra que a condenação reforçou a polarização no cenário político. Enquanto aliados do ex-presidente contestam a decisão, movimentos da sociedade civil e parte da população veem a medida como necessária para a defesa da democracia.
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