A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia em inquérito que apura tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e coação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Transferências suspeitas
De acordo com o relatório, Jair Bolsonaro teria transferido R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro um dia antes de prestar depoimento à PF. A operação financeira não foi informada às autoridades e levanta suspeitas de ocultação de patrimônio. O ex-presidente também já havia admitido ter enviado outros R$ 2 milhões para Eduardo Bolsonaro, usados para bancar sua estadia nos Estados Unidos.
Pressão internacional
As investigações apontam que Eduardo Bolsonaro buscou apoio junto ao governo de Donald Trump para que fossem aplicadas sanções contra o Brasil em retaliação às autoridades brasileiras e ministros do STF, numa tentativa de enfraquecer a Justiça nacional.
Envolvimento de Silas Malafaia
O pastor Silas Malafaia é apontado como “orientador e auxiliar” do grupo, participando da definição de estratégias de coação e divulgação de narrativas falsas. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, ele teve o celular apreendido, foi proibido de deixar o país e precisou entregar seu passaporte em 24 horas.
Mensagens explosivas entre pai e filho
Mensagens obtidas no celular de Jair Bolsonaro mostram o deputado Eduardo Bolsonaro xingando o pai e reclamando de gestos feitos em apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na visão de Eduardo, a aproximação com Tarcísio poderia prejudicar suas articulações internacionais para salvar o ex-presidente de uma eventual condenação.
Em uma das mensagens, Eduardo chama Jair Bolsonaro de “ingrato” e chega a ameaçar “dar uma porrada” em Tarcísio para “ver se aprende”. Horas depois, já na madrugada, pediu desculpas ao pai pelas palavras duras.
Próximos passos
Segundo a PF, as provas reunidas indicam que o grupo agiu de forma coordenada para pressionar a cúpula do Judiciário e evitar o avanço das ações penais relacionadas à trama golpista. O relatório já foi encaminhado ao STF, que deverá decidir os desdobramentos do caso.
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