As movimentações políticas em Pernambuco começam a desenhar um cenário curioso — e, ao mesmo tempo, revelador. As pesquisas que vêm sendo divulgadas apontam uma suposta vantagem do prefeito do Recife, João Campos, no embate futuro pela sucessão estadual. No entanto, mesmo diante desse “favoritismo”, o que se vê nos bastidores é uma avalanche de manobras políticas contra a governadora Raquel Lyra.
Se a governadora estivesse realmente tão fragilizada quanto sugerem as pesquisas, qual seria o motivo de tamanha articulação para enfraquecê-la? Por que a pressa em instalar uma CPI? Por que o bloqueio de empréstimos fundamentais para o desenvolvimento do estado? Por que tantas tentativas de criar narrativas que desgastem sua gestão?
O presidente da Alepe, Álvaro Porto, junto com boa parte dos deputados estaduais, tem se alinhado a João Campos em diversas pautas. Mas essa movimentação, que aparenta ser um “puxão de tapete” constante, deixa no ar uma dúvida inevitável: se a governadora já estivesse politicamente derrotada, como querem fazer parecer, não haveria necessidade de tanto esforço para derrubá-la.
O ditado popular ensina: “ninguém bate em quem já está morto”. E é justamente essa lógica que expõe a contradição do momento político em Pernambuco. Quanto mais tentam isolar a governadora, mais claro fica que ela ainda é uma peça central no tabuleiro, capaz de incomodar — e muito — aqueles que já se enxergam no Palácio do Campo das Princesas em 2026.
No fundo, as movimentações contra Raquel Lyra demonstram que, mesmo diante das adversidades, a governadora continua sendo vista como uma adversária perigosa. E, como na política não existe espaço para ingenuidade, todo esse medo talvez seja o maior sinal de que a disputa está muito longe de estar decidida.
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