Prefeitos da Região Metropolitana e do Interior de Pernambuco devem divulgar, nas próximas horas, uma nota conjunta em defesa da concessão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e em resposta às declarações do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Durante os debates da Esfera Brasil, realizados no Recife no último sábado, João Campos criticou o que chamou de “falta de mais diálogo” do governo estadual com os prefeitos no processo de concessão. Segundo o gestor recifense, “houve por parte do estado um desejo de velocidade e pouca escuta”, ressaltando que “isso não é tarefa de Governo, mas de Estado”.
As declarações vieram após a governadora Raquel Lyra (PSDB), no mesmo evento, anunciar que a concessão da rede de distribuição de água e tratamento de esgoto da Compesa será confirmada agora em agosto, com o lançamento do edital de leilão, cuja expectativa de investimento é de R$ 20 bilhões.
Um dos articuladores da nota de resposta, o prefeito de Riacho das Almas, Dioclécio Rosendo, afirmou que João Campos faltou aos debates promovidos sobre o tema. “A afirmação correta do prefeito do Recife deveria ter sido a de que ele faltou aos debates, porque foi isso que ocorreu. Enquanto prefeito, fui convidado e participei de vários debates, reuniões presenciais, online, audiências públicas regionais e encontros no TCE, na Amupe, na Alepe. Nós, prefeitos, aprovamos a proposta; agora o Recife se absteve, portanto não pode falar que não houve debates. Foram mais de sete meses de discussão”, declarou.
Dioclécio destacou ainda que a proposta em análise, que aguarda parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), foi aprovada sem votos contrários, com apenas cinco abstenções, entre elas a do Recife. Para ele, a manifestação de João Campos é “temerosa” no momento em que o Estado se prepara para o leilão. “Isso pode até contribuir para reduzir o valor a ser arrecadado pelo Estado, o que é lastimável”, concluiu.
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