O tabuleiro político de Pernambuco começou a esquentar antes da hora. Nos últimos dias, análises e especulações tomaram conta dos bastidores com um movimento que pode redesenhar os rumos da eleição estadual de 2026: a surpreendente aproximação entre o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e a governadora Raquel Lyra (PSD).
Até pouco tempo, Silvinho — como é chamado nos bastidores — mantinha uma relação de alinhamento e admiração pública pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB). No entanto, uma movimentação simbólica e estratégica nas redes sociais chamou a atenção de analistas políticos: o ministro e a governadora fizeram um colab para anunciar um novo voo entre Recife e Petrolina, no Sertão do estado, fruto de articulação conjunta entre o Governo de Pernambuco e o Ministério de Portos e Aeroportos, com apoio da Latam.
A publicação gerou burburinho e levantou a possibilidade de uma reconfiguração política em curso. O que parecia apenas uma ação administrativa, ganhou contornos eleitorais no dia seguinte, quando o prefeito de Camaragibe, Diego Cabral (Republicanos) — aliado de Silvinho — anunciou oficialmente sua saída da base de João Campos e sua adesão ao grupo da governadora Raquel Lyra.
O gesto de Diego Cabral foi interpretado como mais uma peça se encaixando em um novo cenário: o de uma possível candidatura de Silvio Costa Filho ao Senado na chapa de Raquel em 2026, formando uma dupla de peso com o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), que tem uma aproximação boa com o Palácio do Campo das Princesas.
Nos bastidores, a leitura é que Silvinho tem ampliado seu espaço nacional e estadual, e que sua candidatura ao Senado seria natural diante do vácuo deixado por antigos caciques da política pernambucana. Com prestígio em Brasília e boa relação com prefeitos, o ministro poderia representar uma candidatura de centro articulada, moderna e com forte capilaridade política.
Já a governadora Raquel Lyra, que vem consolidando sua base com nomes estratégicos, poderia se beneficiar ao atrair quadros com densidade eleitoral e trânsito entre as diferentes regiões do estado. A possível parceria com Silvinho seria um sinal claro de que Raquel está construindo um bloco forte, técnico e politicamente competitivo para 2026.
Enquanto isso, João Campos observa, em silêncio, os movimentos em seu entorno. A política em Pernambuco começa a ferver — e as próximas semanas prometem ainda mais surpresas.
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